A escuta ativa na EJA é uma prática pedagógica essencial para garantir que estudantes jovens e adultos sejam ouvidos, respeitados e engajados em seu processo de aprendizagem. No contexto do PNLD 2026, essa escuta torna-se ainda mais importante para orientar o uso sensível e eficaz dos materiais didáticos, levando em consideração as vivências e realidades dos alunos. Neste artigo, discutimos como a escuta ativa pode transformar o ensino na EJA e como os recursos do PNLD podem ser adaptados com empatia e diálogo.

O que é escuta ativa e por que ela importa na EJA?

A escuta ativa é uma abordagem que vai além de simplesmente “ouvir” os estudantes. Ela implica em atenção genuína, empatia e acolhimento das falas, experiências e necessidades dos alunos. Na EJA, na qual cada trajetória é única e marcada por desafios diversos, escutar ativamente é reconhecer o sujeito como protagonista do seu aprendizado.

PNLD 2026 e a necessidade de mediação sensível

O PNLD 2026 traz materiais atualizados, com ênfase em tecnologias, interdisciplinaridade e modularidade. No entanto, seu uso precisa ser mediado com sensibilidade, considerando o histórico educacional e cultural dos estudantes da EJA. A escuta ativa permite identificar como cada recurso pode ser melhor explorado, respeitando o ritmo e os interesses de cada turma.

Escuta ativa como ferramenta de planejamento pedagógico

  • Mapeia os conhecimentos prévios dos estudantes;
  • Permite detectar inseguranças e resistências;
  • Abre espaço para que o estudante participe das decisões sobre o uso dos materiais;
  • Fortalece vínculos entre professor e turma;
  • Direciona práticas mais significativas e conectadas com a realidade dos educandos.

Como aplicar a escuta ativa na sala de aula da EJA

1. Roda de conversa como rotina

Antes de iniciar novos conteúdos ou materiais do PNLD, promova rodas de conversa sobre o tema, permitindo que os estudantes compartilhem o que sabem, sentem ou esperam aprender.

2. Questionários diagnósticos colaborativos

Elabore, com a turma, perguntas sobre seus conhecimentos, expectativas e experiências relacionadas ao conteúdo. Isso ajuda a adaptar os recursos e linguagens utilizadas nos materiais.

3. Avaliação dialógica

Ao final de cada módulo, convide os estudantes para refletirem juntos: o que foi mais difícil? O que gostaram? Que sugestões têm para os próximos encontros?

4. Espaço para relatos de vida

Crie momentos para que os alunos contem suas histórias. Muitas vezes, essas narrativas trazem conexões valiosas com os temas propostos pelo PNLD.

Materiais do PNLD 2026: como adaptar com base na escuta ativa

Com base na escuta ativa, é possível adaptar os materiais do PNLD 2026 de forma mais eficiente. Exemplos:

  • Selecionar textos que dialoguem com as vivências dos estudantes;
  • Propor atividades orais ou visuais, quando a leitura for uma barreira inicial;
  • Usar vídeos ou áudios para facilitar a compreensão;
  • Customizar trilhas de aprendizagem conforme os interesses expressos pela turma.

Escuta ativa na EJA como base de um ensino mais humano

A escuta ativa na EJA é muito mais do que uma técnica: é uma postura ética, política e pedagógica. Ela transforma o modo como planejamos, ensinamos e avaliamos, fortalecendo o papel dos estudantes como sujeitos do conhecimento. Ao integrar essa escuta com os materiais do PNLD 2026, os educadores promovem aprendizagens mais significativas, afetivas e contextualizadas.

Para aprofundar essa perspectiva, o artigo “Palavra falada, diálogo e escuta freireanos: contribuições à compreensão dos saberes dos estudantes da EJA” discute como a escuta dos saberes dos jovens, adultos e idosos pode contribuir para os professores construírem práticas curriculares mais próximas das realidades da Educação de Jovens e Adultos.

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A coleção “Segue a Trilha EJA: Práticas de Leitura e Escrita” foi pensada com base na escuta ativa e nas diretrizes do PNLD 2026. Os materiais são flexíveis, inclusivos e conectados com a realidade dos estudantes da EJA.

Leia também: PNLD 2026 e inclusão digital na EJA: estratégias para estudantes com pouco acesso à tecnologia