Confira a entrevista com a ilustradora de Para onde me levam os meus pés? , Iana Maia. A construção das imagens, a técnica de ilustração e a relação da autora com a poesia foram alguns dos assuntos envolvidos. Confira o texto completo abaixo e saiba mais sobre a obra clicando aqui.

Ianah Maia de Mello nasceu em 1989 no Recife (PE). Ela cresceu entre as ruas agitadas do comércio do centro, em meio à efervescência artística e cultural da cidade. Desde a infância, foi estimulada pela mãe, uma educadora sensível, psicóloga e poetisa, a acreditar em seu potencial criativo. Na escola, Ianah também teve contato com professores de educação artística que lhe deram a importância da arte para a construção do pensamento reflexivo.

Atualmente trabalha como pintora, ilustradora, muralista e artista urbana. Para criar as ilustrações desse livro, Ianah usou tintas produzidas em seu ateliê, na cidade de Olinda (PE), com base em barro naturalmente colorido. Seguindo uma filosofia de vida naturista, ela gosta de andar descalça para poder sentir a natureza nos seus pés.


Palavras Projetos Editoriais: Como ocorreu a escolha do estilo de ilustração e paleta de cores para essa obra?

Ianah Maia: Nessa obra, optei por permanecer utilizando a técnica que uso nas minhas pinturas autorais, a geotinta, por ser feita de terra, do chão por onde nossos pés caminham. A paleta foi definida pelas cores que fui encontrando por aí no meu caminhar, que seguem os tons terrosos da natureza. Na hora de fazer os desenhos, procurei um estilo de pintura e composição que brincasse com a beleza das imperfeições.

Palavras: Qual foi o principal desafio na produção das ilustrações de “Para onde me levam os meus pés”?

Ianah: Acho que o principal desafio foi o de transmitir sensações e vivências através de ilustrações que mostram apenas os pés dos personagens e o mundo que cabe nessa perspectiva. Foi um desafio bem gostoso de encarar!

Palavras: Na sua visão, como as ilustrações auxiliam ou complementam a história escrita por Cibele? 

Ianah: Procurei fazer um convite visual ao mundo dos pés, sensibilizando o leitor não só para essa perspectiva mais próxima do chão, mas também para a beleza que existe no que está fora do padrão.

Palavras: Como foi o processo de criar ilustrações e o projeto gráfico de um poema? Como foi o diálogo junto com o autor no processo de criação?

Ianah: Cibele me deixou bem livre para interpretar o que as palavras dela me fizeram sentir. Foi um processo criativo muito fluido e muito gostoso de se fazer, porque as palavras e a vivência dela são mesmo ambition!

Palavras: Qual sua expectativa para os jovens leitores e estudantes que irão conhecer essa história?

Ianah: Espero que gostem e que também procurem olhar com mais atenção para a terra que nossos pés pisam. O barro muitas vezes é visto como um chão desorganizado, rústico ou até sujo. Mas nosso chão, além de ser o que nos sustenta e nos dá sustentação, tem núcleos variados e muito bonitos. Mas só quem consegue enxergar beleza onde normalmente não se vê é capaz de adentrar ao universo de encantamentos que o barro e nossos pés trazem.

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