Confira a entrevista com o autor de O almanaque de Lia, Luís Dill. A criação, os desafios e o processo de transposição da cultura digital da obra foram alguns dos assuntos abordados. Leia o texto completo abaixo e saiba mais sobre a obra clicando aqui.

Luís Dill nasceu em Porto Alegre (RS) em 1965 e escreve desde 1990, tendo, portanto, mais de 30 anos de carreira. Nesse percurso, ele publicou mais de 60 livros, entre literatura infantojuvenil e adulta, tanto em prosa como em poesia.

Luís também é um autor bastante reconhecido e premiado. Recebeu prêmios importantes, como Açorianos, Biblioteca Nacional, Flipoços e Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores. Foi, por 10 vezes, finalista do Jabuti, o mais importante prêmio literário brasileiro. Alguns de seus livros, como Rabiscos (Editora Positivo, 2019) e Cotidiano, paixões & outros flashes (Editora Lê, 2019), receberam o selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).


Palavras Projetos Editoriais: De onde surgiu a ideia para a criação da história e das personagens presentes em “O almanaque de Lia”?

Luís Dill: Trata-se de uma ideia bem antiga. Muito dos meus livros nascem desta forma: tenho a ideia, e ela fica comigo durante anos, até que as engrenagens se encaixem e o livro ganhe forma. No acaso de O Almanaque de Lia, foi assim. Parti daquela cena inicial do livro. A partir dela, fui elaborando o Rogério e a Lia, quem eles eram e quem estava em volta deles. Detalhe: na infância, presenciei o atropelamento de duas moças, uma delas era minha colega de aula, e ocorreu na minha frente; e, há uns 15 anos, encontrei um pen drive no meio da rua. Experiências pessoais acabam sempre entrando (de um jeito ou outro) na minha literatura.

Palavras: Qual foi o principal desafio na criação de “O almanaque de Lia”?

Luís Dill: O principal desafio sempre é trabalhar o máximo até chegar ao melhor texto possível. A parte de criação é simples para mim. O difícil é buscar as palavras certas e dar o ritmo adequado à narrativa.

Palavras: Como foi o processo de transposição da cultura digital e das histórias presentes no pen drive de Lia para um suporte impresso?

Luís Dill: Embora eu não seja um usuário frequente das redes sociais, nem seja um expert em cultura digital, creio que foi tranquilo colocar a matéria no papel. Até porque o suporte digital — o pen drive — não requer um grande conhecimento de informática para ser explorado. A exemplo de outras de minhas narrativas, essa se adequou bem à estrutura fragmentada, que julguei a mais adequada para contar a história.

Palavras: Na sua visão, como o projeto gráfico de Carla Chagas apoia a construção das histórias de Rogério, Lia e demais personagens?

Luís Dill: O projeto é ousado e lindíssimo. Acho que ele reinterpretou o texto e acrescentou diversas camadas à história. Ou seja, o projeto deu volume aos personagens e não se limitou a ilustrar o que o leitor está lendo.

Palavras: Qual sua expectativa para os jovens leitores que irão conhecer essa história, especialmente no contexto escolar?

Luís Dill: Minha expectativa é enorme. Acho que o público terá uma excelente experiência gráfico-narrativa. Creio que conseguirão se identificar com Rogério e com Lia e tomar conhecimento de uma série de conhecimentos na área cultural que somarão bastante. Tenho certeza de que a gurizada irá gostar. E é bom lembrar de que antes mesmo de o livro ser lançado já o temos entre os títulos escolhidos no PNLD, o que confirma meu otimismo.

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