Mais do que computadores, celulares e relógios inteligentes, a tecnologia trouxe um dispositivo que pode auxiliar no processo pedagógico. É o chamado pensamento computacional.
Tendo como base a resolução de problemas realizados por computadores, o pensamento computacional é um método que vale ser estimulado nos estudantes. E a infografia pode ser uma aliada nesse processo.
Parecem assuntos desconexos, mas não são! Entenda, a seguir, como combinar os recursos infográficos e o pensamento computacional.
O que é pensamento computacional
O pensamento computacional nada mais é do que a organização de ideias por meio da estruturação de informações — tomando como exemplo os conceitos computacionais de resolução de problemas.
Para isso, o método se vale de três procedimentos básicos: decomposição, hierarquização e padronização.
A decomposição significa dividir um problema complexo em partes menores (decompor o problema) para torná-lo mais fácil de examinar e, depois, encontrar informações a que se deve dar mais atenção para, no final do processo, reagrupar o que se sabe sobre o problema e chegar a uma resolução global.
A hierarquização é justamente esse processo de separação do que é mais ou menos importante entre as informações: do menos relevante ao mais significativo. Isso ajuda a definir prioridades para a resolução da questão que está sendo trabalhada.
Por último, a padronização consiste no processo de identificar justamente padrões no fenômeno observado: há recorrências? Há características semelhantes? Isso ajuda a criar uma espécie de “padrão reverso”, mecanismo que facilita a resolução do problema em questão.
O pensamento computacional é uma técnica que tem bastante valor ao estudante, pois o ajuda a diminuir a ansiedade e o estresse diante de um problema, colabora para o desenvolvimento da visão para o todo, além de preparar o jovem para enfrentar os desafios da vida profissional, que cada vez mais demanda conhecimento de tecnologia e lógica.
Infografia: como ela funciona
Na trilha formativa “O novo Ensino Médio, a BNCC e o livro didático”, trazemos o exemplo da aplicação do pensamento computacional em um infográfico de Linguagens e suas Tecnologias sobre a obra de Machado de Assis.
A infografia, como o próprio nome diz, consiste em um gênero textual que traz a informação em forma de gráfico. Muito comum em reportagens jornalísticas, o infográfico tem como objetivo filtrar as principais informações, estabelecer relações, diferenciar padrões e representar um conteúdo de uma forma que permitam ao receptor compreender que a informação inserida no infográfico tem algum significado.
Como o pensamento computacional e a infografia estão relacionados?
A partir das informações dispostas até agora, não é à toa que o pensamento computacional e a infografia dialogam.
De acordo com Luciano Guimarães, professor responsável pelas disciplinas voltadas para o jornalismo visual e design editorial, nos cursos de jornalismo e editoração da Escola de Comunicações e Artes da USP, tanto o pensamento computacional quanto o desenho de infográficos possibilitam outras formas de analisar dados, objetos, fatos ou acontecimentos, diferentes do pensamento linear da linguagem natural.
“O pensamento lógico e algorítmico, que é base do pensamento computacional, se alia ao pensamento visual, estrutural e relacional do infográfico. Um é instrumento para buscarmos a solução de algo, enquanto o outro é instrumento para nos permitir explorar um certo conjunto de dados. Dessa forma, o pensamento computacional pode ser um recurso para a construção de um infográfico, assim como o infográfico pode ser um recurso de narrativas visuais ou de visualização de dados para servir ao exercício do pensamento computacional. Ou seja, o infográfico pode ser o fim, e o pensamento computacional, o meio, e vice-versa”, afirma Guimarães.
O professor, entretanto, lembra que nós, enquanto indivíduos em formação, não somos estimulados a utilizar a comunicação visual, a realizar uma leitura crítica de imagens e a adquirirmos pensamento visual — algo que ele pensa ser necessário para ser trabalhado com os estudantes.
“A cada ano que estudantes avançam em seus percursos educativos, mais ênfase se dá para a estrutura da linguagem natural oral e escrita como sendo o espaço ideal do pensamento crítico, e mais se restringe as imagens para o papel coadjuvante de ilustração. Infográficos, gráficos e mapas dinâmicos interativos são recursos que poderiam ser adotados como material didático ou mesmo solicitados para que estudantes os produzissem como forma de estudo”, analisa Guimarães.
Na visão do especialista, a linguagem audiovisual é uma competência que deve ser trabalhada desde os primeiros anos da Educação Básica. Guimarães também reforça a necessidade de o pensamento computacional não ser trabalhado em apenas uma disciplina, mas de uma forma transversal.
Os livros da Palavras Projetos Editoriais apostam em bastantes recursos imagéticos para estimular a linguagem visual do estudante, além de propostas pedagógicas para estimular o pensamento computacional.
Nas coleções de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens e suas Tecnologias, além da obra específica de Ciências Humanas e Sociais em diálogo com a Matemática, você encontra infográficos, conteúdos, instrumentais, sugestões, ideias e estratégias que podem ser aplicados em sala de aula.
Em cada unidade, são apresentadas propostas de leitura, pesquisa, reflexão, entre outras estratégias didático-pedagógicas que desenvolvem as diferentes competências e habilidades das respectivas áreas, com uma grande abertura para a interdisciplinaridade, resultando em um trabalho instigante em sala de aula e em uma aprendizagem significativa.
Acesse a Sala do Professor para conferir mais conteúdos sobre o novo Ensino Médio e as mudanças que ocorrem nessa etapa na trilha formativa “O novo Ensino Médio, a BNCC e o livro didático”. Cadastre-se também em nosso site para receber novidades, lançamentos e promoções diretamente pelo e-mail!