Em 2023, saíram os resultados do Censo Demográfico, a pesquisa que traça um raio X da população brasileira. Além de informações importantes para o desenho de políticas públicas, o Censo também pode ser um grande aliado na educação.
“São inúmeros os usos que um país pode fazer dos resultados de um Censo”, diz Renata Cristina Freire Corrêa, gerente de assuntos educacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão responsável pelo Censo no Brasil. “Seus resultados são amplamente divulgados e são disponibilizados para todos. Um país que se conhece só tem a ganhar”, defende Renata.
Renata cita o uso dos dados do Censo pela iniciativa privada, que pode se basear nos dados para decidir sobre locais para implantação de novos negócios para acadêmicos, que podem subsidiar suas pesquisas, e para os próprios cidadãos, que podem fazer reivindicações.
Da mesma forma, é possível integrar os resultados do Censo nas aulas. Segundo Renata, ele deve ser tematizado no cotidiano da escola por meio de explicações sobre como são realizados.
Além disso, a especialista diz que pode ser realizado um Censo na escola. Essa seria uma oportunidade para os alunos vivenciarem as diferentes etapas de uma pesquisa. “Ao final desse processo, os alunos terão executado as etapas de uma pesquisa para produzir algum conhecimento sobre a comunidade escolar”, explica. Segundo ela, com isso, será mais fácil que os estudantes compreendam a importância de levantamentos como esse.
É comum ver informações do Censo nas aulas de Geografia, principalmente na parte humana, e até nas de Matemática, em temas que vão desde cálculos básicos, para crianças mais novas, a progressões geométricas e estatística, por exemplo. Porém ele também pode servir de base para disciplinas diversas.
Nas aulas de redação, as informações sobre o Brasil podem inspirar diversos temas. “Outra possibilidade é a abordagem sobre Censos anteriores nas aulas de história”, sugere a gerente de assuntos educacionais.
Renata comentou ainda outro uso do Censo: o combate às fake news. “Uma das formas de se trabalhar o combate às fake news é através da conscientização a respeito de fontes oficiais e confiáveis de informação sobre o país”, explica. “Dar visibilidade às diversas etapas e à abrangência do Censo pode contribuir para disseminar essas informações junto aos estudantes”, complementa.
Para os professores que querem inspirações e orientações sobre como usar a pesquisa nas salas de aula, Renata sugeriu uma série de recursos. Em primeiro lugar, o site do IBGEeduca tem informações em formatos variados, como textos, vídeos e jogos, divididas em áreas para crianças, jovens e adultos.
A área dos professores é abastecida com sugestões de atividades com informações produzidas pelo IBGE, baseadas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Voltado para os profissionais da educação, o Blog do Professor traz experiências de quem já usou conteúdos produzidos pelo instituto na sala de aula.
Ainda no IBGEeduca, o Almanaque do Censo Demográfico pode ser útil em aulas de História, recomenda a especialista do IBGE.
De forma geral, Renata sugere ainda que os professores usem o Panorama, onde os resultados do Censo são facilmente encontrados. Já para acessar informações mais detalhadas de municípios e estados, o portal Cidades pode ser um aliado.
Por fim, a recomendação da gerente de assuntos educacionais para os estudantes é a playlist “IBGEexplica”, no canal do IBGE no Youtube. Confira também em nosso site como discutir fake news em sala de aula.