Na hora de estudar, cada um tem seu método preferido. Há quem goste de fazer resumos, outros preferem exercícios. Em meio a tantas opções, uma forma ainda pouco usada, mas já bastante aceita entre especialistas, vem se destacando: os mapas mentais.
Um mapa mental é uma técnica de estudo utilizada com o objetivo de facilitar a memorização de conteúdos. O método foi difundido principalmente pelo psicólogo inglês Tony Buzan, que usou neurociência para desenvolver uma forma eficiente de aprendizado.
Segundo ele, os mapas mentais ajudam a conectar ideias de uma forma que “reflete a arquitetura do pensamento”, como explicado em seu site. O especialista também afirma que essa técnica ajuda a organizar e visualizar pensamentos e a identificar lacunas de conhecimento.
De acordo com Luciane Corte Real, professora no Departamento de Estudos Básicos da Faculdade de Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), os mapas mentais “obrigam o aprendiz a interagir com o objeto de conhecimento”, o que possibilita a aprendizagem.
Os mapas mentais também são conhecidos como esquemas. De forma bem simplificada, ele consiste em determinar um tema central e, a partir dele, anotar outras palavras-chave, de forma que eles se expandem em uma página, geralmente do centro para as laterais.
A professora da UFRGS afirma que os mapas mentais podem ser utilizados por alunos de todas as idades e em qualquer disciplina. Prova disso é o fato de que Luciane já teve estagiárias que usaram a técnica na educação infantil. “Cada um fará um mapa a partir das suas condições cognitivas”, explica.
Professores que se interessarem pela técnica podem aproveitar o tempo de sala de aula para ensinar seus alunos a construírem o mapa e estimulá-los a estudar dessa forma. Luciane Corte Real recomenda que o professor inicialmente os desafie a construírem mapas para um determinado conteúdo, explicando a lógica geral da ferramenta.
“Muitas vezes, depois de os alunos aprenderem esse recurso para estudo, eles mesmos utilizam em diversas situações, principalmente para organizar um trabalho, estudar para prova etc.”, diz a especialista, sobre a aceitação dos estudantes.
Luciane, no entanto, aponta que a adoção de mapas mentais como ferramentas de estudo não é instantânea, e que pode demorar bastante tempo para que eles estejam completamente integrados na lógica de estudo. “Muitos estudantes desistem no início, mas precisam ser incentivados, pois é um ótimo recurso de aprendizagem”, defende.
Como fazer um mapa mental
De forma prática, para fazer um mapa mental, é preciso primeiro definir o tema central e escrevê-lo no meio da página. É necessário descrever, em poucas palavras, o assunto que será abordado naquele momento e qual o objetivo do estudo.
O próximo passo é pensar nos principais subtópicos daquele assunto principal. Eles devem ser escritos em uma ou poucas palavras, preferencialmente em cores diferentes. Além disso, é desejável que essas palavras tenham um tamanho de letra menor do que o do tema central.
Então, esse formato se repete, mas com os tópicos ligados aos subtópicos escritos previamente. Dessa vez, cada um dos subtópicos pode ter vários tópicos relacionados. Dessa forma, se formarão algumas grandes áreas, indicadas pelas mesmas cores.
Fazer um desenho simples que represente cada uma das palavras-chave principais é uma forma de ajudar a memorizar o que foi feito, além de contribuir para a hierarquização.
Por fim, é hora de atribuir uma ordem, numerando cada agrupamento. Ao enumerar, fica mais fácil entender qual é a sequência em que as informações devem ser memorizadas. Em um esquema feito em preparação para uma redação, por exemplo, esse passo é especialmente relevante.
Ainda que a técnica seja descrita como algo a ser feito com papel e caneta, esse não é o único meio de criar mapas mentais. Digitalmente, instrumentos simples como Word, PowerPoint e Paint podem ser utilizados. Para algo mais refinado e com mais recursos, há inúmeras ferramentas gratuitas on-line, como as desta lista elaborada pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba).
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