Entenda como integrar Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais em sala de aula
A implantação do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz inúmeras mudanças para o segmento. Mas o que isso representa na prática?
Com a nova proposta do MEC para o segmento, as competências e habilidades estabelecidas pela BNCC foram agrupadas em quatro áreas do conhecimento e devem ser trabalhadas por cada componente curricular de forma integrada com as demais disciplinas da área.
Como, então, trabalhar por áreas do conhecimento no Novo Ensino Médio de forma conjunta com os professores, respeitando as diretrizes da BNCC, e trazendo uma efetiva experiência ao estudante? Entenda a seguir:
BNCC: o que são as áreas de conhecimento
Conforme explica a BNCC, as competências e habilidades a serem desenvolvidas pelo estudante, em sua jornada pelo Novo Ensino Médio, estão organizadas em quatro áreas do conhecimento. São elas:
- Linguagens e suas Tecnologias;
- Matemática e suas Tecnologias;
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
- Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Não é de hoje que as áreas do conhecimento norteiam os estudos nessa fase da vida escolar. Apresentadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio de 1998, elas visam reunir os conteúdos em áreas compostas por dois ou mais componentes curriculares. A ideia de inclusão – e não a de exclusão – busca fortalecer as relações interdisciplinares e oferecer uma compreensão mais ampla da realidade para que o estudante possa promover intervenções significativas no seu meio.
O que a BNCC diz sobre o Ensino Médio
Etapa final do estudante em sua jornada pela Educação Básica, o Novo Ensino Médio tem como proposta oferecer a ele a consolidação, aprofundamento e ampliação de sua formação para que possa construir e realizar seu projeto de vida.
Para que isso se realize, cada uma das quatro áreas de conhecimento estão organizadas por competências específicas. Em cada uma delas, são definidas as habilidades de área que devem ser desenvolvidas pelo estudante ao longo de sua jornada pelo Ensino Médio. Dessa trajetória fazem parte ainda os itinerários formativos.
Cada sistema de ensino, rede escolar ou a própria escola deve planejar arranjos possíveis, considerando as competências e habilidades, para que sejam ofertados diferentes currículos a fim de atender às necessidades das realidades locais.
Com isso, a formação geral básica, pautada em propostas e currículos definidos como essenciais, deve contemplar o ensino dos seguintes conhecimentos:
- Língua Portuguesa (em comunidades indígenas, inclusive, deve ser assegurada a utilização de suas respectivas línguas maternas);
- Literatura, especialmente a escrita em Língua Portuguesa;
- Matemática;
- Conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil;
- Arte, especialmente suas expressões regionais, desenvolvendo as linguagens das artes visuais, da dança, da música e do teatro;
- Educação Física, com prática facultativa ao estudante nos casos previstos em Lei;
- História do Brasil e do mundo, levando em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do Brasil e dos brasileiros, considerando especialmente as matrizes indígena, africana e europeia;
- História e cultura afro-brasileira e indígena, em especial nos estudos de arte e de literatura e história brasileiras;
- Sociologia e filosofia;
- Língua inglesa, podendo ser oferecidas outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade da instituição ou rede de ensino.
Carga horária no Novo Ensino Médio
De acordo com o MEC, o Novo Ensino Médio oferecido no período diurno deverá ter carga aumentada de 2400 para 3000 horas até 2022. Para o módulo noturno, a ideia é aumentar a carga horária do Novo Ensino Médio também.
Entretanto, no módulo noturno, a fim de evitar a evasão escolar de estudantes que trabalham, por exemplo, a proposta é oferecer a opção de conclusão do Ensino Médio por período extendido, em mais de três anos – além de uma carga menor diária de aulas.
Como integrar as áreas de conhecimento no Novo Ensino Médio
O prazo para que as escolas se adaptem e comecem a aplicar definitivamente o Novo Ensino Médio em sala de aula é março de 2022. Porém, a implementação do novo modelo já está em vigor.
Desse modo, gestores e professores já estão observando tanto os benefícios quanto os desafios do Novo Ensino Médio. Conseguir trabalhar e integrar as áreas de conhecimento estabelecidas pela BNCC é um desses desafios.
Para o assistente de direção Diego Franco, um dos pilares para que esse novo modelo de trabalho com os estudantes do Ensino Médio aconteça de forma fluida está na persistência em uma rotina de planejamento e de comunicação entre os professores de diferentes áreas do conhecimento, para que projetos interdisciplinares sejam colocados em prática.
“Não existe inter ou transdisciplinaridade sem que esse diálogo esteja bem consolidado. Além da reunião pedagógica, existem também espaços em que os professores se reúnem para criar, realizar os brainstormings e alinhar seus pensamentos”, diz Franco. Atualmente, o profissional trabalha e acompanha de perto a implantação do Novo Ensino Médio em uma escola de São Paulo e Indaiatuba.
Novo Ensino Médio: modelo é bom para escolas?
Para Franco, os benefícios de trabalhar o Novo Ensino Médio em áreas do conhecimento e de forma integrada traz uma série de benefícios e “vale o esforço”.
“O primeiro benefício deles é um pilar valioso do Novo Ensino Médio, que é alinhar a proposta de sala de aula com o projeto de vida do estudante. A proposta de cada aula precisa ser ampla o suficiente para abarcar todas as individualidades que estão presentes em uma sala de aula, isso é personalizar o ensino, estimulando o protagonismo para que o aluno aprofunde cada vez mais sua formação. Outro benefício é o engajamento.”
A partir do engajamento do estudante, Franco avalia o surgimento dos chamados “4Cs”, que ajudam a fortalecer o trabalho em sala de aula. “Compartilhamento, Colaboração, Comunicação e Criatividade”, conclui.
Nos livros da Palavras, que abarca coleções de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens e suas Tecnologias, além do livro de Ciências Humanas e Sociais em Diálogo com a Matemática, você encontra conteúdos, instrumentais, sugestões, ideias e estratégias que podem ser aplicados em sala de aula.
Em cada unidade, são apresentadas propostas de leitura, pesquisa, reflexão entre outras estratégias didático-pedagógicas que desenvolvem as diferentes competências e habilidades de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens e suas Tecnologias e integram as diferentes disciplinas de cada área, resultando em um trabalho instigante na sala de aula e uma aprendizagem significativa.
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