Literatura | Sem-no e Jorge

Literatura

Sem-no e Jorge
Fernandoapires

Sem-no e Jorge

De modo leve e divertido, a narrativa provoca reflexões sobre o que nos faz humanos e o que nos aproxima dos animais.

Sobre a obra

A noite no zoológico está tranquila…

 

URRRRRRRRRRR! IHRRRRRRRR! ZIMMMM! PLINC!

 

MUUUU! JOOORGE! ZIIIIIIZ! TUM! TUM! TUM!

 

Ops, estava tranquila, não está mais. Tem um animalzinho bagunçando a rotina dos animais e dos tratadores.

 

Em Sem-no e Jorge nos aventuramos na companhia de uma cachorrinha cheia de disposição e descobrimos que as aparências podem enganar bastante!

Conheça o autor de Sem-no e Jorge!

  • Fernandoapires

    Nascido em São Caetano do Sul (SP), Fernandoapires é formado em Arquitetura. Como escritor, publicou mais de 15 livros, sendo finalista do Prêmio Jabuti na categoria Literatura Juvenil com a obra Um conto por um guaraná (Abacatte, 2015). Além de escrever e ilustrar suas próprias histórias, ele já ilustrou livros de autores como Tatiana Belinky, Daniel Munduruku e Yolanda Reyes.

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Sem-no e Jorge apresenta as aventuras noturnas de uma cadelinha cachorrinha em um zoológico.   Nessa história, não faltam desafios para a valente vira-lata Sem-no. Além de encarar as feras do local, como o tigre e a rinoceronte, ela precisa escapar dos funcionários e provar que sua missão, ao visitar o zoológico, é apenas cuidar dos bichos.
Sempre me fascinou a comparação entre o ser humano e o animal.

Escrevi Sem-no e Jorge depois de ler uma história que aconteceu em um zoológico: uma criança caiu dentro do viveiro dos gorilas e ficou inconsciente. Os pais da criança entraram em desespero, afinal, o que aqueles animais selvagens poderiam fazer com seu filhinho de três anos? Depois de uma correria geral, todos assistiram espantados a uma gorila fêmea colher delicadamente a criança em seus braços, ir até a porta do viveiro e devolver cuidadosamente a criança.

E eu penso: o que é ser humano e o que é ser animal?

Fernandoapires

Por dentro da obra literária

Sem-no e Jorge é um livro que possibilita uma aventura no zoológico à noite, depois que todos os visitantes foram embora. Junto de uma cachorrinha magrela e esperta, o leitor percorre viveiros e se encontra com diferentes bichos: tigre, macaco-aranha, ariranha e rinoceronte. É preciso fôlego para acompanhar a vira-lata nesse percurso, que passa pela apreensão do contato com o tigre e pela divertida bagunça com os macacos.

 

Mas nem tudo é brincadeira. Logo surge o verdadeiro perigo. Com a arruaça no zoológico, os tratadores de animais perseguem a cachorrinha e conseguem capturá-la quando estava prestes a entrar no viveiro de Nari, a fêmea de rinoceronte-branco que está grávida.

 

Se na primeira parte da narrativa a cachorrinha é livre para correr sem parar pelo zoológico, na segunda parte ela está presa. Enjaulada, não consegue dormir nem comer. Seu estado sensibiliza um dos tratadores, Jorge, que passa a chamá-la de Sem-no, uma redução de “sem nome”.

 

Sem-no é cheia de vida: gosta de brincar, estar com os seus e explorar o ambiente a sua volta. É provável que as crianças reconheçam essas características em seus animais de estimação e também em si mesmas. Assim, de modo leve e divertido, por meio de uma narrativa envolvente e encantadora, a obra provoca a reflexão sobre o que nos faz humanos e o que nos aproxima dos animais. Ela convida o leitor a se abrir para um outro não humano, fazendo com que as crianças, após a experiência literária, renovem seu olhar sobre o mundo e também enxerguem a si mesmas. É uma aventura que favorece o autoconhecimento, a empatia e a solidariedade.

Na estante: tema e gênero

Diversão e Aventura

A leitura dessa obra possibilita que as crianças entrem em contato, sobretudo, com o tema Diversão e Aventura, envolvendo-os em uma narrativa que estimula a imaginação e ultrapassa as situações cotidianas. No entanto os acontecimentos ficcionais não deixam de guardar relação com os comportamentos humanos. O desfecho da história provoca reflexões sobre a importância da amizade e da solidariedade nas relações que estabelecemos com quem está em nosso entorno.

 

A aventura, por sua vez, é estruturante para a organização da narrativa. A protagonista Sem-no vivencia situações surpreendentes e enfrenta diversos obstáculos em seu passeio.

Quem conta um conto...

De modo resumido, dois aspectos ajudam a identificar o conto como gênero literário: sua extensão e seu efeito. Dentro das formas narrativas, o conto é considerado uma forma breve e marcada por uma economia narrativa, ou seja, uma concentração de personagens, tempo, espaço e ações. Já nas narrativas mais longas, como novelas e romances, esses elementos podem ser ampliados.

 

Em Sem-no e Jorge, é possível identificar elementos desse gênero literário. A obra apresenta uma narrativa ficcional curta em terceira pessoa, com poucos personagens, em torno de um conflito central: a dificuldade da cachorrinha em ser aceita como uma “espécie” de tratadora de animais no zoológico. A protagonista transita apenas por aquele espaço em um curto período de tempo, relacionando-se ali com alguns personagens, os quais não chegam a ter suas histórias aprofundadas.

 

Além da brevidade e da economia narrativa, os estudiosos chamam atenção para outro aspecto do conto: a construção do efeito, isto é, o que ele consegue provocar no leitor. No caso de Sem-no e Jorge, a construção da obra se dá em função do efeito de provocar a curiosidade pelas aventuras de Sem-no. Em alguns momentos, o narrador alimenta o suspense para acontecimentos que escapam do sentido ordinário da vida, como os amigáveis encontros entre a cachorrinha e o tigre ou a rinoceronte, por exemplo, que apontam para acontecimentos excepcionais.

 

Além de se aproximar das narrativas de aventura, como comentado anteriormente, Sem-no e Jorge ainda dialoga com a tradição das histórias orais. Na primeira parte da narrativa, os acontecimentos se repetem com variações: Sem-no entra no viveiro, brinca com o animal e parte em busca de outro encontro. Na segunda parte, também há uma estrutura acumulativa na narração do sonho da personagem principal. Nesse sentido, o autor exercita não apenas a voz do contista, mas também do contador de estórias.

 

Possibilitar aos estudantes o contato com essa narrativa ajuda a inseri-los no universo dos contos e das narrativas de aventura, contribuindo para o exercício da imaginação, o letramento e a formação do leitor literário.

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